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Explicado: O que está em jogo no julgamento dos ataques de 2015 em Paris?

Nenhum dos procedimentos será televisionado ou retransmitido para o público, mas será gravado para fins de arquivamento.

Um tribunal foi instalado em Paris para iniciar o julgamento dos 20 acusados ​​de perpetrar atentados na cidade em novembro de 2015. (AP)

França é colocando em julgamento 20 homens acusado nos ataques do grupo Estado Islâmico em 2015 em Paris, que deixaram 130 mortos e centenas feridos. Os procedimentos começam na quarta-feira em uma enorme câmara projetada sob medida.

Nove homens armados e homens-bomba atacaram com poucos minutos um do outro no estádio nacional de futebol, na sala de concertos Bataclan e em restaurantes e cafés em 13 de novembro de 2015.

O único sobrevivente da célula extremista daquela noite está entre os que estão sendo julgados pelo ataque mais mortal na França desde a Segunda Guerra Mundial. A mesma rede IS atacou Bruxelas meses depois, matando outras 32 pessoas.

Quem está na arquibancada?

Vinte homens são acusados, mas apenas 14 estarão em julgamento. O principal deles é Salah Abdeslam, que abandonou seu carro e um colete suicida com defeito e, por fim, fugiu para um esconderijo em sua cidade natal, Bruxelas. Cinco dos seis homens julgados à revelia são considerados mortos; o paradeiro de um homem é desconhecido.

A maioria dos réus enfrenta a pena máxima de prisão perpétua se condenados por cumplicidade nos ataques. Apenas Abdeslam é acusado de homicídio.

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Por que o tribunal especial?

Este é o maior julgamento da história da França. Entre os plantiffs estão quase 1.800 vítimas, incluindo sobreviventes que sofreram danos físicos ou psicológicos e famílias cujos entes queridos morreram naquela noite. Um total de 330 advogados os representam e os réus.

A moderna sala de tribunal foi construída dentro do célebre Palais de Justice, em Paris, do século XIII, onde Maria Antonieta e Émile Zola enfrentaram julgamento, entre outros. A câmara, de madeira clara e telas enormes, pode abrigar 550 pessoas, sendo 12 réus e 10 câmeras. Múltiplas salas de estouro irão transmitir transmissões ao vivo dos procedimentos.

Pela primeira vez, as vítimas também podem ter um link de áudio seguro para ouvir em casa, se quiserem, com um atraso de 30 minutos.

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Como o julgamento vai se desenrolar?

O julgamento está programado para durar nove meses. O mês de setembro será dedicado ao delineamento da polícia e das provas forenses. Outubro será dedicado ao testemunho das vítimas. De novembro a dezembro, autoridades, incluindo o ex-presidente francês François Hollande, irão testemunhar, assim como parentes dos agressores.

De janeiro a março de 2022, os réus serão interrogados seguindo a cronologia dos acontecimentos, desde os preparativos aos atentados e suas consequências. Abdeslam será questionado várias vezes.

No início de abril, especialistas farão avaliações psicológicas. As discussões finais seguem até maio. O veredicto está marcado para o final de maio.

A sala do tribunal especialmente construída no tribunal de Paris, onde 20 acusados ​​nos ataques de 2015 serão julgados. (AP)

Qual é a segurança para um evento tão grande?

O tribunal fica na ilha no centro de Paris, l’île de la Cité. Todo o tráfego de veículos, estacionamentos e até mesmo pedestres será bloqueado na maioria das ruas circundantes e ao longo das margens do Rio Sena. Haverá entradas diferentes para diferentes partes no caso, que enfrentam buscas cada vez que entram no edifício e em vários pontos de controle.

O teste começa todos os dias às 12h30 para evitar ter que revistar todos novamente após o intervalo para o almoço.

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O julgamento será transmitido?

Nenhum dos procedimentos será televisionado ou retransmitido para o público, mas será gravado para fins de arquivamento. Os vídeos não serão acessíveis ao público em geral. As câmeras estão restritas a filmagens fora da sala de julgamento.

A gravação de vídeo é ilegal nos tribunais franceses e só foi permitida em alguns casos considerados de valor histórico. O julgamento dos ataques será o 13º caso assim julgado. No passado, a França registrou julgamentos de funcionários e colaboradores nazistas, incluindo Klaus Barbie, funcionários ruandeses envolvidos no genocídio tutsi e figuras ligadas à ditadura do general chileno Augusto Pinochet.

Os processos judiciais mais recentes registrados foram no ano passado, para os ataques de janeiro de 2015 contra o jornal Charlie Hebdo em Paris e um supermercado kosher.

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